Pecado capital de Pepê na noite em que o dragão teve duas caras

Gritante queda de rendimento dos portistas depois do intervalo. Sobrou fogo a Galeno, mas acerto do luso-brasileiro não foi o melhor. Dois erros numa fase de menor fulgor fizeram voar um título e até Pepe caiu na teia do vermelho

A FIGURA – Galeno 
A dado momento da partida, o olhar de Bah perdeu-se no horizonte depois de ver-se ultrapassado pela terceira vez pela velocidade do portista. Galeno criou variados números de ilusão que provocaram no dinamarquês um sentimento de crescente insegurança e só mesmo por manifesto desacerto na definição o FC Porto não saiu ao intervalo a ganhar. No fundo, Galeno fez tudo bem, faltou-lhe, a ele e a quem quis servir, mais frieza para bater Vlachodimos. Marcou, por sinal, um golo de belíssimo efeito e de craque, contudo, o VAR descobriu que o braço de Gonçalo Borges teve influência determinante para a bola chegar a Galeno.

Notas e análise aos jogadores do FC Porto

6 Diogo Costa – Ainda tocou com a ponta da luva a bola rematada por Di Maria. Mérito do argentino, que com arte a colocou no sítio certo. O 99 portista ainda evitou o 3-0 do Benfica com duas defesas seguidas – Chiquinho e Musa não passaram por ele.

4 Pepê – Erro capital numa final em que até estava a ser um dos melhores portistas. Corte/passe para Kokçu desastroso, a estimular o golpe fatal de Di Maria. Primeiro tempo em grande estilo (exceção feita ao amarelo escusadíssimo que viu), ficou na retina um passe fantástico a encontrar Taremi em excelente posição na área (13’).

4 Pepe – Expulso na sequência de uma joelhada a Jurásek. O capitão portista deixou-se contagiar pela adversidade que toldou as ideias dos portistas. O segundo golo dos encarnados foi um bom exemplo: a bola bateu inadvertidamente nas costas de Pepe, sobrou para Rafa que lançou convite para Musa faturar…

4 Marcano – Impecável em todas as ações na primeira parte – ao nível do que foi a exibição da equipa até ao intervalo – , o espanhol tropeçou em equívocos a partir do momento em que o Benfica atacou as bolas mais perto da área dos dragões. No golo de Musa, tentou em esforço cortar a linha de passe a Rafa – quando deu por ela o avançado croata dos encarnados tinha caminho aberto para a baliza de Diogo Costa.

5 Zaidu – Bom primeiro embalo do nigeriano, que aqueceu as costas a Galeno, dando ao companheiro liberdade para infernizar a vida a Bah. Depois… bem, depois vieram ao de cima as suas limitações quando colocado perante adversários da valia de Di María ou Kokçu.

6 Otávio – Nota inflacionada pelos primeiros 45 minutos mais próximos da sua qualidade, porque depois não foi capaz de contagiar o coletivo com a sua energia e inconformismo. Uma quebra que pode explicar-se pelo muito que deu ao jogo ofensivo do FC Porto até o Benfica encontrar a fórmula para impor o seu futebol mais rendilhado.

6 Grujic – Mais fixo que Uribe, nem se deu mal a congelar as unidades mais criativas do Benfica. O problema é que a história da final da Supertaça Cândido de Oliveira pedia mais do que contenção e o sérvio simplesmente não tem na sua folha de serviço o rasgo dos grandes craques.

5 Eustaquio – A parceria com Grujic começou a correr mal assim que o Benfica mostrou a sua faceta mais criativa. O luso-canadiano é um jogador certinho taticamente, por vezes abre horizontes, mas ontem acabou engolido pela voracidade dos encarnados no segundo período.

5 Namaso – A boa pré-época que fez abriu-lhe as portas do onze – já tinha acontecido na final da Supertaça ganha ao Tondela, mas com um desfecho bem mais feliz. Um bom cabeceamento num pontapé de canto, pouco antes do intervalo, foi pouco para justificar a aposta – apesar de ter confundido bem as marcações dos defesas adversários.

5 Taremi – Desligado. A fasquia está tão alta que ao iraniano se pede muito mais do que ofereceu ao jogo e à equipa, especialmente quando em causa estava a conquista de um título. Mérito de Otamendi e companhia, que lhe fizeram uma vigilância competente.

4 Toni Martínez – Bem assimilado pelo Benfica. A ideia era explorar a sua profundidade e poderoso jogo de cabeça. Não resultou, o espanhol raramente recebeu uma bola em condições para fazer estragos.

4 Baró – De regresso à base e com oportunidade para mostrar que pode lutar por um lugar no  meio-campo. Ou não, porque, na circunstância, o seu rasgo não foi acompanhado de boas ações – numa delas até perdeu a bola e injetou contra-ataque perigoso de Aursnes.

5 João Mário – A boa notícia para o FC Porto é que reapareceu leve depois de uma entorse que o afastou muito tempo da competição.
Fran Navarro – Surgiu em posição perigosa em dois momentos. Otamendi resolveu…

Gonçalo Borges – Irrequieto e destemido. É o  que se pede a um suplente. Pena aquele braço maroto a tirar o golo a Galeno.

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