Rúben Amorim enfrenta problemas graves. A deslocação do Sporting a Berna, capital da Suíça onde, nesta quinta-feira, os leões defrontam o Young Boys. Em jogo da 1ª mão do play-off da Liga Europa, traz uma dificuldade para a equipa de Rúben Amorim: jogar num sintético. E quando se fala neste tipo de relvado a primeira coisa que vem à cabeça são as lesões. Rui Faria, fisioterapeuta, analisa o caso.
Ultima hora: Rúben Amorim enfrenta problemas graves e diz ser culpa do Young Boys. Veja
Mas segundo a The Lancet, uma das revistas científicas mais credíveis e prestigiadas na área da medicina. E que apresentou uma meta-análise sobre o assunto. Concluiu-se que: Foram selecionados 1447 estudos, 67 relatórios completos e incluídos 22 estudos sobre a matéria em causa.
Homens e mulheres apresentaram menor incidência de lesões em relvado artificial. Jogadores profissionais tiveram menor incidência de lesão em piso sintético, enquanto não houve evidência de diferenças na incidência de lesão em jogadores amadores.
Mas, adicionalmente, na conclusão, publicada em maio do ano passado, consta que a incidência geral de lesões no futebol é menor em relvado artificial do que em relvado natural.
E com base nesta informação, o risco de lesão não pode ser usado como argumento contra os sintéticos, sendo considerada uma superfície de jogo ideal para o futebol, informações corroboradas pelo fisioterapeuta Rui Faria.
Apresentado o ponto de vista científico. Mas a BOLA procurou saber a opinião do próprio Rui Faria que rapidamente afirmou: E no futebol tenta-se cientificar quase tudo, mas não nos podemos esquecer de alguns factores.
Por exemplo, só a crença dos jogadores de uma possível lesão constitui um factor de risco, é uma imagem que foi sendo criada ao longo dos anos.
Veja oque a revista cientifica acrescentou:
Estamos a falar de jogadores que praticamente toda a sua vida jogaram em relvados naturais, é algo a que estão habituados, desde o cheiro da relva, à envolvência, passando pela textura, cor, cheiro. E o facto de a bola deslizar melhor, ao contrário do que acontece no sintético, que prende mais.
Mas são questões sensoriais que estão na estrutura sub corticais relacionada com os nossos mecanismos de defesa, prossegue.
E todos os mecanismos neuro-sensoriais que foram assimilando, agora, é preciso fazer a adaptação, porque o nosso sistema nervoso também se treina a se adaptar. Pode ser curto o tempo que os jogadores do Sporting têm para o fazer. Porque tendo em conta que jogaram no domingo, em relva natural, e voltam a jogar na quinta-feira num sintético”, concluiu Rui Faria.